Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2007

Ai que bom....é Natal é Natal

Não podia prescindir de um texto neste cantinho sobre tão importante festa: o Natal.

Já compramos os presentinhos que até foi muito fácil, sabíamos as necessidades de cada um, tudo na mesma loja, dia 28 de Novembro, foram 30 minutos. Que alegria não andar aos encontrões e a poluir a audição com as cusquices das pessoas estacionadas nas lojas a impedir a passagem. Por falar nisso deviam existir multas de mau estacionamento e poluição sonora para as pessoas.


 

Fazemos as malas e lá vamos nós, eu e o meu companheiro porque os rebentos    vão passado um dia no seu carro pois querem despedir-se dos amigos, liberdade e autonomia, coisas das idades!

É num refúgio que construímos com o propósito de nos recolhermos durante dias como estes, numa casinha onde o frio aperta, onde ateámos as lareiras, ligamos o aquecimento e ainda, assim, temos que vestir casacos.


Seguem-se as comidinhas e como sem trabalho não se faz nada, lá teremos nós que fazer todo o sustento de alguns dias.

Ingressamos no centro de estágio que é a cozinha e mãos à obra: às rabanadas, às filhós, aos doces, aos pasteis de bacalhau, à aletria e àquelas guloseimas que todos saboreiam, o paté, a bola de carne e por aí.

Muito trabalho, eu sei, mas na companhia do meu parceiro, que conste, é exímio na ajuda, conseguimos tudo.

 

Porquê tanto trabalho?

Apenas porque adoro ouvir esta conversa:

- Façam aquela coisa que nós tanto gostamos – dizem os rebentos (rebentos já bem grandinhos, lol)

- É melhor comprarmos, dá tanto trabalho – digo eu, numa tentativa de fuga.

- Mãe não é a mesma coisa -  pronuncia o rebento (de 23 anos)

- Deixa lá, eu ajudo-te vamos lá fazer – diz o meu companheiro.

 

A tarefa da ornamentação da mesa, numa balbúrdia, vai para os rebentos.

- Mãe, qual é a toalha? Os pratos? Os guardanapos?

– Mais valia ser eu a decorar.

No final lá vou eu, dar um jeito às flores, aos talheres… coisas de mãe que nunca acredita no que os outros fazem.

 

Ah! Mas o melhor não é isto. O magnífico é poder estar com o meu consorte oito dias consecutivos sem enigmas profissionais, sem urgências ou sem marcações na agenda de um simples lanche.

Naquelas noites tão frias onde podemos dizer:

- Está tanto frio lá fora, fica aqui comigo, agarra-te a mim.

Lá vem muito mais, com algum cheiro ainda a fritos, uma queimadela de azeite nas mãos, uma unha partida e um bocadito de massa no cabelo, apesar do banhinho. Começam a circular uns arrepios na coluna, um calor ilusionista, um olhar destoante, uma ascensão e um humedecimento que incentivam a uma coacção dos nossos corpos que resvalam sobre os lençóis ao som das entoações reveladas pelas nossas bocas …. ai que já me estou a ficar entusiasmada...

 

Para arrefecer o ambiente, começa a fuga dos quartos para a mesa da cozinha aonde instalam o pic-nic , lá se vai o sossego! Mas também não faz mal, diminuímos o volume e lá continuamos.

Bom natal a todos os que visitam este recanto, para os outros desnecessário será dizer.

sinto-me:

publicado por dulci às 11:59
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