“Actualmente as mulheres são mais independentes e inteligentes.”
É esta a frase que escuto diariamente e me conduziu a escrever este post.
O que é uma mulher inteligente e independente? É a auto-afirmação de um título? É possuir uma ocupação exterior à casa? É estar sozinha? É fazer o que lhe apetece? Qual é a diferença entre estas mulheres e as de antigamente?
As de hoje têm habilitações superiores, uma carreira profissional, habitam sozinhas, são capazes de dizer não a um relacionamento de vários anos e seguirem em frente com todos os problemas intrínsecos, criam os filhos sozinhas (no horário disponível), sabem algumas coisas de cultura geral e por fim têm uma vida social (jantares, bares, etc.).
As de antigamente tinham menos habilitações, um emprego de 16 horas ou mais (a vida doméstica), não diziam não a um relacionamento pois decidiam-se pelo sacrifício a fim de enaltecer as questões sociais e familiares, educavam os filhos sozinhas e não eram necessários locais para os deixar, sabiam acudir a todos os problemas de saúde ou do dia-a-dia, fruíam um saber de gerações e por fim tinham uma vida social (o chã ou a conversa com as amigas).
O que torna as mulheres de agora mais inteligentes?
A inteligência é a capacidade do ser humano para resolver, planear e compreender ideias e aprender com a experiência, estando de fora deste conceito a criatividade e a personalidade. Não encontro, nas mulheres de hoje, mais competência nestas características. Se actualmente temos capacidade para resolver, planear e compreender conceitos de beleza, engenharia, medicina ou de argumentação antigamente tinham a mesma capacidade para conceitos como culinária, educação, saber ouvir, musica, lavores, etc.
E mais independentes?
Independência significa controlar a própria vida nas decisões económicas e emocionais.
Será que é mesmo isso? Alguém é independente nas decisões económicas ou relacionais?
Os empregos sãos escassos. As relações cada vez são mais exigentes e mutáveis.
Fazemos o que queremos? Não, escolhemos dentro do que nos é facultado o menor mal? Residimos, como outrora, dependentes de uma sociedade.
As mulheres de hoje sabem escolher um vinho (as que sabem), as de antigamente sabiam fazer um chã, as mulheres de hoje sabem conversar as de antigamente sabiam ouvir, e não cessariam os exemplos.
Só vejo duas diferenças, as mulheres de hoje, batem com a porta quando acham necessário e lhes é possibilitado e pronunciam o que lhes apetece. Está aqui a inteligência e a independência?
Se isto é inteligência expliquem-me a diminuição da saúde mental?
Melhor seria dizer que as mulheres de hoje são diferentes, isto seria o bastante.
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