Segunda-feira, 7 de Janeiro de 2008

É tão difícil perceber as pessoas!

Maria, uma mulher decidida, considerada e cobiçada por alguns homens, culta e quarentona destinara toda a sua vida à família. Não era afável, havia concedido todo o tempo da sua vida à actualização de saberes e formação académica. Resignara da carreira profissional para dispor de tempo para a actualização de conhecimentos e dedicação aos filhos. O seu companheiro, homem activo na sua vida profissional encontrava-se ausente na sua maioria do tempo. Maria descobrira na vida académica e na leitura uma forma de ocupar os seus tempos de solidão deixados pela ausência do marido.

Sempre acreditara no seu consorte e possibilitava-lhe toda a sua liberdade. Uma liberdade cega e bem aproveitado pelo marido, ou mal, não sei.

Naquele dia, enquanto Maria lia um livro que, em muito, se semelhava ao amor da sua vida recebe uma mensagem a declarar um relacionamento extraconjugal do seu companheiro.

 

Uma noite dos diabos.

 

Hoje Maria não confia em ninguém.

Não quero avaliar procedimentos mas tento de todas as formas compreender estes acontecimentos já que tudo mudou na vida desta mulher. Pode-se conviver sem confiar em ninguém? Pode-se viver sem sexo? Pode-se coabitar a relembrar o que lhe compuseram?

Maria vai vivendo a recordar as noites de sexo que o marido tivera com a outra mulher, a rememorar os telefonemas que lhe fazia e ele não atendia fundamentando que estava com clientes, a evocar as palavras da outra mulher a mendigar ao seu marido que deixasse refrear os ânimos e permanecessem recônditos. Uma mulher de decepções, abandonada por um marido que poderia ser seu pai, sem qualquer formação cultural ou académica e por sinal nada atraente. Teria também as suas qualidades, presumo, mas aqui o que preocupa são os valores que poderiam influenciar um relacionamento já existente

Hoje, Maria sente o desejo de ser almejada e de fazer sexo pois o seu marido perdeu, desde esse dia, grande parte das suas potencialidades sexuais. O sexo nunca fora para Maria, uma prioridade, pois o seu marido estava ausente e essa satisfação era consolidada esporadicamente e o que não é cultivado morre.

Hoje, o marido de Maria é excessivamente afectuoso, abdicou das saídas, coordenou a sua vida profissional e faz tudo para o bem-estar de Maria mas falta algo e existe um passado que não se pode apagar.

Esta semana, Maria perguntou-me:

- Estou a cometer algum erro se for infiel ao meu marido? Tenho tantas saudades de sexo continuado, de me sentir desejada, de vestir uma roupa sexy, de correr atrás de uns momentos ardentes...

 

O que faltava a este homem? O que conquistou com esta infidelidade?

Não consegui responder e comecei a divagar sobre o conceito de infidelidade mas não sei até quando isto durará porque Maria descobriu, depois deste adultério, os valores, as necessidades e facilidades que detém para a infidelidade. A ocasião faz o ladrão!

sinto-me: confusa

publicado por dulci às 11:09
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2 comentários:
De Márcio Branco a 7 de Janeiro de 2008 às 13:27
Conheço algumas "Marias" e alguns "maridos de Marias" e nunca é fácil conseguir dizer o que se passa ou porque se age ou agiu assim. Mas a verdade é que uam relação deve sem dúvida ser alimentada e acarinhada. A vertente sexual é importante e temos de o dizer sem medo, o sexo numa relação é importante. Numa relação como a da "Maria" não se consegue saber quem foi o primeiro a mostrar desinteresse, se o marido que um dia, ainda bem antes de trair, que chegou a casa cansado quando ela tinha vestido algo especial e nao quis fazer nada. Se foi a "Maria" com tantas recusas de sexo que cansou o marido de insistir. A verdade é que ambos chegaram a uma situação em que a intimidade do casal ficou para sempre ferida e ele só fora conseguia ter envolvimento sexual e ela em casa conformava-se com o pouco que tinha.
Depois de saber da traição a "Maria" descobriu que o sexo é bom, que a ajuda a superar a monotonia da vida de casada mas mesmo assim não quer libertar-se de vez, ao assumir o fim de uma relação falhada. Prefere manter a ilusão de que continua tudo bem e assim ambos os elementos do casal arranjam fora, aquilo que em casa conseguiriam de forma bem mais satisfactoria.
O importante é desde o inicio não se criar barreiras ou entraves e é o mal dos géneros humanos, é quase banal dizer-se que o homem quer muito sexo e a mulher com pouco contenta-se. A mulher tem tendencia a refugiar-se na complexidade da vida para "escapar" a uns momentos de prazer carnal, porque está cansada e pode simplesmente esperar por um dia melhor para ter sexo. A verdade é que sempre que algum elemento do casal recusa sexo, é como se recusassem o amor do parceiro, essa recusa magoa e com o tempo mata qualquer desejo inicial. Depois não é estranho vermos histórias como a da "Maria".
Como não julgo ninguem, não em compete isso, costumo sempre dizer a quem me procura que somos nós que fazemos o nosso rumo e somos nós que construimos no presente, o nosso futuro. Por isso depende apenas de nós, a felicidade ou infelicidade de amanha.


De dulci a 8 de Janeiro de 2008 às 19:28
Talvez um dia as pessoas percebam e CUMPRAM tudo isto que aqui está escrito! Um dia, talvez!


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