Sexta-feira, 23 de Novembro de 2007

Auto-mutilação....Um pedido de socorro escondido

Não pude deixar passar despercebida a notícia de auto-mutilação. Quero deixar alguns alertas já que enfrento esse problema sobre vários teores.

Não estou, nem mais nem menos, preparada para lidar com este assunto, aliás nunca estamos. No entanto, como sinto de perto, penso que existem alertas e descobertas que devo divulgar.

Custa-me muito ler noticias onde se diz que “é um jovem normal, reservado, aluno médio e restrito nas suas companhias” para provar inocência ou culpa. Aliás nem percebo aqui estas duas palavras.  

 

Alerto para todos os que lidam com jovens ou crianças que os detentores deste problema, normalmente, têm comportamentos de dissimulação que enganam qualquer pai ou educador. É nos seus pensamentos e nos seus períodos de reflexão e solidão que se debatem por estes comportamentos. Na casa de banho, por exemplo, porque é um espaço reservado.

 

Pais e educadores esqueçam a abolição da própria responsabilidade porque tudo que é problema tem uma causa que poderá ter ou não consequência. Não se isentem os pais que pensam que propiciam uma vida magnífica aos filhos porque, por sermos humanos, existe sempre um detalhe que nos passa e a que os filhos estão atentos: ausência, discussões, discriminação, etc. Já estou a imaginar pais a dizerem: “se não lhes déssemos tanto! Se fosse no meu tempo!”. Esqueçam essas teorias regressivas. Já escrevi “pais e filhos, eterno problema” e sabem qual a minha opinião. Sou mãe, 43 anos, tento, dentro do possível não esquecer a minha infância e adaptá-la à actualidade e é desta forma que entendo, ainda que dificilmente, os comportamentos dos jovens e das crianças.

 

Relativamente à discriminação e por ser um dos factores mais influenciáveis, alerto os pais e educadores para a preocupação em educar as crianças sobre valores e não sobre objectivos. Ensinem as crianças e jovens a respeitarem e não a exibirem o que têm. Talvez se alguns pais e educadores se interessassem em ensinar a não discriminar sob que pretexto fosse talvez se atenuassem esses problemas. As nossas actuações influenciam o comportamento dos outros e ainda que não nos estejam ligadas directamente somos responsáveis por elas. Recordo várias vezes: talvez se o responsável pela admissão na Academia das Artes tivesse admitido o Hitler o mundo não tivesse sofrido a segunda guerra mundial.

A discriminação a que me refiro e para quem não entendeu é a todos os níveis: sexual, económica, física, intelectual, etc.

Ensinem a respeitar quem é inteligente de mais ou de menos, quem é gordo e quem é magro, quem é pobre e quem é rico, quem é feio e quem é bonito. Se pensarmos bem, quem somos nós para DEFINIR quem é ou não rico, quem é ou não belo, quem é ou não inteligente?

Talvez haja muita gente a definir estes conceitos, eu sei que há! A comunicação social, as figuras públicas, a industria, etc. Quem são estas pessoas ou entidades? Não sei mas não me parecem ninguém…

 

E por fim, pais e educadores não fujam do problema. Reajam! A auto-mutilação é um pedido de socorro escondido.

Não se esqueçam, todos os comentários que aqui escrevi foi em prol do problema da auto-mutilação, nunca de conteúdos de sites, isso é um problema aparte.

sinto-me:

publicado por dulci às 10:56
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2 comentários:
De Fátima Bento a 17 de Dezembro de 2007 às 23:51
O problema da automutilação é demasiado preocupante para não lhe prestarmos atenção. E começa a ser demasiado comum, infelizmente. No entanto, e mesmo entre os meus amigos mais esclarecidos e informados, quando alerto para o assunto, já ouvi respostas como "isso são os amigos da tua filha que são estúpidos, os da minha como são só parvos, não se cortam". E isto foi, de facto dito por uma das pessoas mais informadas, participantes e interessadas na vida dos filhos dele e dos outros, que conheço.

Não sei de facto como é que podemos abrir os olhos, os ouvidos e os cérebros das pessoas. Por isso falei do caso da professora do meu filho no blogue. Não foi nem será o primeiro nem último caso real e palpável que conheci, assim tipo olhos nos olhos. É aflitivo, e faz ponte para a anorexia e para depressão profunda. E não, grande parte das vezes não acaba em suicídio . Porque a sensação é de controlo e alivio... muito complicado de explicar, mas tão real que até arrepia.

Obrigado pelo seu comentário no meu blogue. Também sou mãe e tenho 40 anos, e não suporto assobios para o ar e "não é comigo".

Como se fora possível não ser...

Fátima


De http://www.filipa-renascer-das-cinzas.bl a 13 de Fevereiro de 2010 às 12:58
Olá!
Eu também enveredei pelos mesmos caminhos da auto-mutilação, infelizmente...

Qualquer coisa, têm aqui o link do meu blog:
http://www.filipa-renascer-das-cinzas.blogspot.com/

Fi-lo ontem. É mais um contributo pessoal para mostrar às pessoas o que a auto-mutilação é capaz de fazer à nossa vida...
Beijinho, força*
Filipa


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