Terça-feira, 29 de Maio de 2007
Como prometi aqui vai o resto.....
Não percebi aquela cena. Será que eu não via o mesmo que ele? O que teria engodado aquele sorriso?
Eis se não quando, acontecimento que nunca tinha visto, o feitiço virou-se contra o feiticeiro. Um “gajo” começa a dar em cima de mim. Um gajo “todo estiloso”. Não me perguntem o significado desta palavra porque também não sei definir muito bem, apenas ouço dizer: aquele é “todo estiloso”. Os homens que, normalmente, se ofertam às mulheres elegendo uma postura de macho. De calças de ganga e uma camisa de várias cores, pullover pelas costas, telemóvel à cinta, cabelo com gel e sapatos castanhos bicudos e cinto castanho. Deveria ser uma alucinação o que estava a ver.
Ups! As coisas estavam a ficar cada vez mais pretas e a esquentar!
Coisas da vida, pensei eu! Considerando melhor, coisas de tontos!
O meu companheiro já não tinha vontade de sorrir. Engraçado! Porque lhe terá passado a vontade de sorrir? Estranho, não é? Tudo isto se passou nos primeiros cinco minutos em que fomos dançar.No meio daquela confusão e de mansinho, piramo-nos para a saída a fim de nos “pormos a andar”.
Definitivamente, os locais e os interesses têm o seu tempo. Aquele já não era o nosso espaço! Aquelas pessoas não eram a nossa conveniência e as suas posturas, não percebi muito bem de que mundo eram! Talvez deste mundo. Eu é que tenho estado desatenta!
Mesmo assim fiquei sem perceber qual o propósito daquelas pessoas em nos assediar, sendo evidente que estávamos acompanhados!
Medir forças? Talvez!
Criar confusão? Provavelmente.
No carro, eu e o meu companheiro rimo-nos, como perdidos. Cada um de nós criticava a outra pessoa. O mais engraçado é que eu dizia: - Olha a croma, uma tóto!, o meu parceiro respondia: - E ele? Era pior!
Que engraçado, cada um de nós incitava as criticas ao adversário, em catadupa.
Só nos calamos quando proferi: - Vamos comer. Tenho fome!
Foi a tomar o pequeno-almoço que interrompi a jardinagem, não foi? Pois!
Foi, também, com um piscar de olho que me levantei da mesa, puxei o seu braço e nos dirigimos à sala. Ui, e o pequeno-almoço? Paciência! Como costumamos dizer: “morra Marta mas que morra farta”.
Ainda de pijame e sozinhos em casa tínhamos que começar bem o dia. O Sol espreitava pelas persianas da sala criando listas de claridade na mobília, paredes e chão. Uma lista clara atravessou o rosto do meu marido e os seus olhos luziram no meio daquele ambiente obscurecido pelas janelas entreabertas.
Deu-me uma tenção louca de dançar. Não era tarde nem cedo! Depois de ligar o Mp3 ás colunas da aparelhagem, sentei o meu marido no sofá e fui vestir uma roupa mais engraçada do que o pijame e o robe.
Calhou bem, Naquela casa tinha um baú de recordações onde guardava toda a roupa de Carnaval, dia das bruxas e outros dias especiais dos meus filhos.
Quando abri o baú! Ai, a minha filha tinha tanta coisa! Algumas coisas serviam-me porque aqueles tecidos eram maleáveis e distendiam. Optei por uma burca que tinha trazido do Dubai. Tapava-me toda, era preta, tinha lenço e era fácil de despir. Tudo apadrinhava o meu intento.
Na aquela escolha perdi algum tempo que me fez equacionar se quando chegasse à sala o meu parceiro não estaria já a dormir! Nem pensar. Isso não poderia acontecer! E não ocorreu.
Quando cheguei à sala, tapadinha, o meu marido riu-se e desviou o olhar do livro que lia.
Ao som da musica, abanei a anca em movimentos circulares, fixei o olhar na sua imagem e deslizei as mãos que apunha na cinta para os braços, acariciando-os. As mangas da burca eram extensas e das minhas mãos só se viam os dedos. com a mão direita impeli a manga esquerda para cima, deixando à vista toda a mão e o pulso. Os meus dedos pareciam dançarinos com a flexibilidade e leveza que possuíam quando se manejavam. Simultaneamente agitava as pernas, anca e cabeça. Mas o importante era introduzir a vigilância em destinadas partes do corpo, separadamente.
Agora estava a ostentar as mãos e a prender atenção do meu marido nessas partes do corpo. Transferi as mãos para o pescoço, desabotoei o primeiro botão e revelei o pescoço massajando-o levemente. Do pescoço sucedi às pernas. Afaguei-as, por cima da burca, abri um pouco as pernas e a fenda da burca, que só tem botões do meio para cima, consentiu a sua visualização. Alcei uma das pernas e esta ficou desabrigada. A música acelerou e fui desviando o lenço. Bastou arremessa-lo para a cara e o cabelo se divulgaram. Os meus cabelos oscilavam e a burca já só obstruía as costas. Atirei com a burca e de soutien e cuecas fui buscar a cadeira. com a encosta da cadeira voltada para o meu marido, sentei-me com as pernas expostas para cada um dos lados e senti o resfriado da madeira no meu sexo. De braços apostados sobre a parte superior da cadeira, fixei o olhar do meu parceiro, pisquei o olho e fiz-lhe sinal para se aproximar. Passei uma das pernas sobre as costas da cadeira, rodei as nádegas sobre o assento da cadeira e possibilitei que o meu parceiro se sentasse sobre o meu colo.
Apercebi-me do seu sexo, das suas mãos a acariciarem as minhas costas e do calor do seu corpo. Abeirei os meus lábios dos seus e beijamo-nos intensamente. O sabor da sua boca era doce e o toque das suas mãos harmonioso. Os nossos corpos embutidos sobre a cadeira facultavam o contágio de calor, conforto e tacto. Levantamo-nos da cadeira e, colados, caímos sobre o resistente e resfriado chão. Rodamos sobre ele, paramos e experimentamos o toque das nossas mãos sobre o nosso corpo, o olhar de cada um de nós, o calor a percorrer os nossos físicos e a mente a efervescer de prazer.
Sobre o meu companheiro coagi as suas mãos contra o sobrado, olhei fixamente nos seus olhos e debiquei os seus lábios. Uma vez, mais outra e tantas quantas as que o meu pensamento emitiu. As debicadas persistiram pelo seu pescoço e pelos seus mamilos. Humm, ai, ah, eram as locuções mais distintas naquele lugar.
O meu fraco, são os gemidos. Qualquer suspiro me magnetiza e activa a minha excitação.
No meio das lambuzadelas e vagidos o meu devaneio acalorava, aqueles piquinhos que experimentamos nas costas e no sexo expandiram. Os sexos estavam fixados com a humidade e a pressão do seu pénis persistia para entrar naquela fenda que expelia o orvalho de prazer.
Humm… melhor seria deixar as suas mãos, já enrubescidas da pressão sobre o soalho, livres. Ambos, de mãos libertas, movemos o corpo, num acto involuntário, de forma a cada um poder acarinhar e libar o sexo oposto.
Que absorvência, aquela que o sexo oral facultava. A satisfação era contígua. Não existia a situação de “agora és tu, agora sou eu”. Ambos usufruíamos de prazer, em sincronia, o que fazia com que melhor preenchêssemos o nosso momento.
Tanta confidência, lambidelas, sabores, odores…
Repetidamente e impensadamente, parecia que ambos imaginávamos juntamente e da mesma forma, mobilizamos os nossos corpos consentindo que as faces se defrontassem.
Algo havia, que pretendia invadir um espaço sequioso pela sua incursão. Os braços alinhados e esticados do meu marido a delimitar a minha cabeça e as suas mãos sobre o chão permitiam uma postura acessível à subtileza da invasão.
Entrou.
Gememos. Aquecemos. Suamos. Movemo-nos. Resfolegamos.
Arfamos mais. Acaloramos mais. Transpiramos mais. Brandimos mais. Ofegamos mais.
Vozeamos alto. Escaldamos. Exsudamos. Sacudimo-nos.
Insistimos mais e mais até nos aliviarmos daquela pressão que nos consente um contentamento indecifrável mas muito bom.
Viemo-nos, soltamo-nos, senti o seu corpo cair sobre o meu, percebi que tombou para o chão, voltamo-nos os dois para que as faces de novo se defrontassem. Da mesma forma que tudo tinha começado.
E o jardim?
Talvez quando estiver pronto, atrás do acer vermelho!!!
sinto-me:
música: 13 mulheres