Balançaste entre seguir e recuar.
O sonho empurrou, a ilusão afastou.
Tufão de avanços e recuos cambalearam.
O tempo persistiu malfeitor e seguiste-o.
Não conseguiste escolher.
Se tivesses decidido, o tempo tinha amainado.
As bambinelas deixariam de bulir.
A chuva continuaria mas as lágrimas aclarariam.
Porque não decidiste a tempo?
Podias ter escolhido, avançar ou recuar?
Planeaste pensar mais uma vez
Determinaste avançar e recuar.
Quiseste apreciar a intempérie.
Querias o sol, a chuva, o vento e a trovoada.
Tu que até foges do vento, da trovoada tens medo
Do sol e da chuva só furtivo
Não alcançaste que tudo tem um tempo
Que avanços e recuos te manteriam no marco.
Que assim atropelarias quem pretendia seguir.
E a luz se apagaria
Se, ao menos, tivesses recuado!
Não tinha experimentado as lágrimas
A tua libré não tinha encarado
E a tua dubiedade nunca avaliaria
Agora, apesar de seguires, encontras o chão molhado
As lágrimas não limparam nada.
Irreais, doces e não salgadas.
Derribaste-me enquanto decidias.
Mas nunca me contaste porque bamboleaste.
Nunca me adiantaste porque recuaste só quando caíste.
Nunca me esclareceste tal luz! Nunca.
Todos a pretendem e ninguém a busca
Todos a sonham e ninguém a concretiza
Todos a planeiam e ninguém a concede
Todos a honram e ninguém a consagra
Todos a habitam e ninguém a associa
Todas a consomem e ninguém a sustenta
Todos a capturam e ninguém a recolhe
Será que existes mesmo?
Porque indicas que dois mais dois são quatro?
Porque enuncias que o que é branco é branco?
Porque revelas que o mar é azul?
Porque declaras que a vida é assim?
Porque esclareces que é um facto?
Enroscas-te num torvelinho de conveniência
Tapas os olhos, persuades e atacas.
És egoista razão! Só o que tu declamas é verídico.
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